Medo da morte
As minhas mãos lisas
Um dia serão ásperas
Brancas que hoje são
Um dia serão esverdeadas
As veias que se escondem hoje
Saltarão à pele, envergadas
A minha imagem no espelho
Será bem diferente
Assim, com o passar do tempo,
Lidarei com isso muito bem
A minha pessoa será a mesma,
Porém modificada
Entendo da vida e da idade que passa
Das coisas que me disseram
E daquelas que descobri sozinha
Um dia meu cabelo será cinza,
Para no outro ser branco
Então pensarei num tudo
De uma maneira tão diferente
Entenderei o presente com mais precisão
Porque o futuro não poderá ir muito adiante
e o passado pode ter empoeirado muito.
Quem sabe então entenderei muito melhor
Daquilo tudo que hoje me angustia
O ímpeto da mente jovem
E a tranquilidade da velhice.
Sentarei, eu, já entardecida
E não terei medo da morte
Muito menos medo da vida.