Tudo em nome do tempo
Em todos os minutos
Águas em grande quantidade
Reparo.
A natureza berra!
Tudo que é em demasia arruína
A mesma água da vida, traz demolição, ausência total de ordem.
Morte.
O tempo não é mais o mesmo.
A cadência se faz pelas gotas da chuva.
A urbe não é mais da garoa.
É o espaço das cheias, das inundações
Nossos rios esquecidos fervilham, multiplicam-se.
Estouram.
As calçadas são construções líquidas
E a imensidão encharcada desce ruas.
Que criamos nós?
"Se essa rua, se essa rua fosse minha,
eu mandava, eu mandava ladrilhar"
Do canto infantil, à nossa imprudência
Sequer são pedrinhas de brilhantes,
Tudo permanece protegido pelo cinza escuro e frio.
Tudo em nome do tempo, que não possuímos mais.