Visão de ser Poeta
Vejo luz que brilha como lume silencioso
a chamar a vida de esperança
e a esperança de belezas,
fazendo no momento uma paz infinda
onde a solidão não canta seu hino
nem tristeza pede guarida.
Vejo, paciente, o tempo que passa
com a sabedoria do profeta
e com a ignorância do sábio,
tirando da vida a poesia de cada dia.
Vejo o silêncio dos seus olhos
num clamor de saudade,
onde beleza se ala como andorinha
em busca de um solitário verão.
Vejo seus seios virgens das carícias do poeta
e sequiosos do ósculo desse poeta,
que apenas ilusão cria numa utopia
de êxtase e prazer profundo.
Vejo uma estrela que brilha
e me encanta com seu riso,
como o beijo da mulher amada no poeta carente
que faz do momento a vida
e mostra para a vida que viver é saber sonhar
com o despertar da aurora
é deitar suave na imaginação de ser feliz.
Vejo um homem simples, sofrido
Que cala na sabedoria
E brada silencioso ao triste passado
com um grito de rouco
Que mansamente se transforma
Numa suave canção de futuro.
Vejo esse homem
e me encontro
na tristeza solitária de se ser poeta.