AO SILÊNCIO
 
Quando a questão emerge como fenômeno
Fátuo, perde o sentido ao nascer. Morre,
Sem sentir se o pensamento é cármico,
Sem dizer que o sofrimento cai e dorme.
 
Assim, o que suscita a vida é o sofrer,
Dentro das pautas curvas e líricas,
Limpo, luminoso e capaz de conter
Toda energia de uma visão crítica.
 
Questões formuladas tocam, acordam
Descanso e memória, não selecionam
Do emaranhado de fios, os que bordam
 
E os que atrapalham, que subtraem ou somam,
Para isolar os fios que se entremeiam,
E juntos, fortes, enlaçam e enforcam.