A DOR NO CASCO.

A dor do casco reclama

pede abrigo, roga por paz

faz e desfaz sem cerimônia.

A dor do casco escorre, acolha,

faz o sebo virar seda,

faz do gozo jorrar pus.

A dor do caso grita, despista,

faz o rio esquecer seu rumo,

faz o peito torcer seu prumo,

faz o que não devia prevalecer.

A dor do casco esqueleta, esfacela,

faz o filho cuspir na mãe,

faz o pecado virar asa de santo,

faz o tempo morrer de frio, de medo.

A dor do caso rasga a alma,

faz o que não devia virar rei,

faz o que não se atrevia renascer

faz o que devia não morrer.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 30/09/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3249884
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