O Real
Roubaram-me o Real
Dentre tantos, um único
A consciência natural
Do Belo cobrador, enriqueceu
Seu bolso pudico
Não me faltou naquele
Dia, nem naquele mês
É bem verdade, mantive-me
Com o abscesso da realidade...
Deixei de comprar as Cruzadas
Promocionais do 1,99 da esquina
E o pobre moço, que vendia
Diretas genéricas, também roubado!
Levaram-lhe tudo: o dinheiro em caixa,
O sapato, tendo deixado para trás
Todo o conteúdo de seus bolsos:
O Justo real nunca recebido
Desolado, pegaria um ônibus
Para retornar ao lar.
Faltou-lhe o omisso real
Que nunca tocara
E a linha de ônibus?
Pra ela faltou uma singela Tarifa
E meses depois, o convênio
Responsável precisou cortar gastos