Cigana Peregrina
Sou a cigana dos violinos magistrais,
As labaredas de uma eterna fogueira...
O vento no campo que embala os trigais,
Cuja dança fascina tilintando pulseiras.
Sou a cigana liberdade... paixão, amor...
Queda de mil cachoeiras a cantar...
Perfume embriagador de rara flor...
Volitando... encadeando no olhar.
Sou a cigana vinda de tempos longínquos,
Tenho duendes e anjos como abrigo...
São os deuses... meus fiéis amigos...
No templo de Vênus não corro perigo.
Sou a cigana irmã da lua, sou da rua,
Dos pobres esquecidos de amar...
O manto que cobre a pele gelada e nua.
Sou a fortaleza que o mal sabe enfrentar.
Sou a cigana dança... sonho... fantasia...
A noite que traduz o mistério em poesia...
A vida revestida em tons de alegria...
Sou do meu povo... a feliz cantoria...
Sou a cigana loucura... bravura... ternura,
Amante... amada... por Deus abençoada,
Amenizando o sofrimento de cada criatura,
Protetora de almas tristes e desamparadas.
Sou a cigana lança... cruz e espada...
A peregrina de muitas e muitas estradas,
Pelo ódio e a ira... jamais serei arrastada,
Sou só amor... - O resto? - Não é nada!...
Mary Trujillo
02.09.2011
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