MIGALHAS


Quando minhas mãos acolhem os versos
E o pensamento tão solto o deixa
Vejo nos traços dos quietos
A memória de quem o queira

Quando aos poucos me fragmento em palavras
E a lembrança tão perto sobrevive
Sou delas, tantas águas
E nenhuma é superfície

Quando a alma desperta outro universo
E no coração renasce a chama
Sou teu réu confesso
Todo esse drama

Quando não mais a vontade me queira
E enfim de nada me valha
Possa então ser da fênix as centelhas
Ou ao menos dela, migalhas.
SARA GONÇALVES
Enviado por SARA GONÇALVES em 29/09/2011
Reeditado em 29/09/2011
Código do texto: T3248647
Classificação de conteúdo: seguro