Lua de poesia
Vejo a lua, aprisionada em seus olhos
Quando você, madrugada afora, olha o céu;
Insônia? Não. Céu sozinho de estrelas.
São tantas e tão longe
Que ele nem vê;
Ele, as estrelas, você, a mim.
Solidão de tudo o que não espelha;
Pois estou aqui, você nem aí.
Lua de tarde da noite...
Quando quase ninguém poeta!
Não sei bem se é de você, de mim ou dela
Mas de alguém eu gosto alegre,
Muito mais do que sorrir;
Meus olhos, acordados comigo
Sobre o não dormir, não se fecham,
Não dormem; nem no ponto, nem de touca.
De sono? Talvez...
Ou de nada; nesse vasto e vazio espaço
Sem cor, sem tamanho;
Mas, nem assim me acanho;
Apanho um caju e me arranjo;
Se o seu sono é pouco
O meu é tudo; tudo o que
Deságua em cascatas
De poesia solitária e densa.
Mas o que não reflete em seus olhos
Não vejo, não penso, não falo,
Tampouco me calo.
Lua, lua, lua; não se apague!
Mas faça com que ela não se apegue...