Lua de poesia

Vejo a lua, aprisionada em seus olhos

Quando você, madrugada afora, olha o céu;

Insônia? Não. Céu sozinho de estrelas.

São tantas e tão longe

Que ele nem vê;

Ele, as estrelas, você, a mim.

Solidão de tudo o que não espelha;

Pois estou aqui, você nem aí.

Lua de tarde da noite...

Quando quase ninguém poeta!

Não sei bem se é de você, de mim ou dela

Mas de alguém eu gosto alegre,

Muito mais do que sorrir;

Meus olhos, acordados comigo

Sobre o não dormir, não se fecham,

Não dormem; nem no ponto, nem de touca.

De sono? Talvez...

Ou de nada; nesse vasto e vazio espaço

Sem cor, sem tamanho;

Mas, nem assim me acanho;

Apanho um caju e me arranjo;

Se o seu sono é pouco

O meu é tudo; tudo o que

Deságua em cascatas

De poesia solitária e densa.

Mas o que não reflete em seus olhos

Não vejo, não penso, não falo,

Tampouco me calo.

Lua, lua, lua; não se apague!

Mas faça com que ela não se apegue...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 29/09/2011
Reeditado em 19/01/2012
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