A CRIAÇÃO…

Não nasce assim meio no vácuo

Ou por um mero e simples acaso

Há que se dar o primeiro passo...

Para que exista o ato de fato!

Até a semente que se esparramou

É um processo a dançar no compasso

Foi alguém ao ouvir o seu interior...

Que burila, cuida, trabalha, garimpa

Inflama sua chama como o criador

E as letras, traços, rabiscos, telas

Palavras, cores, sons, imagens...

Vão dando forma e sentido

Tudo conspira, inspira e pira a favor

É a pujança da arte a mostrar seu valor

Como no jardim semeado cresce a flor

O jardineiro vislumbra a planta, rega e poda...

Também o artista da vida a tudo organiza

No fascinante mundo que se descortina...

Ele é intérprete, célula mãe e pai da emoção

Depois... Do terreno fecundo do silêncio...

Aparece o que estava oculto em embrião

Só o olhar esperto e aguçado da percepção

É capaz de sentir, entender esse mistério

Por vezes tão simples e noutros complexo

Esse ritual meio mágico se dá em tudo...

E explica sem complicação o “inexplicável”

Mas deixemos espaço para o imponderável...

Que o poeta depois versa com sua explanação.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 29/09/2011
Código do texto: T3247992