BRASIL DE SUTILEZAS
Sou daqui que o dia é cinza
O Sol não escala
Os arranha-céus da Paulista.
Vou fugir dessa loucura
Embrear-me
Nas matas da Amazônia,
Esconder-me feito a saracura.
Tomar açaí deitado na esteira,
Opostos desse lindo Brasil
Onde quem usa a borracha
Não conhece a seringueira.
Nordeste com tuas belezas
Ainda morre de sede e seca
Olhando o mar que o rodeia.
Brasília desenhada à mão
Com riqueza e sutileza.
Sou daqui paulistano com pressa
De um país rico por natureza,
Onde a fome ainda está na mesa.
Brasil do Rio de tanta beleza,
Da preguiça da mãe baiana,
Da fé do afoxé, mistura de crenças.
Sou daqui, sou de lá
Sou de onde Deus esteja.
Sou Brasil apesar do jeitinho
Brasileiro que debaixo do tapete
Guarda tua sujeira.