Pó de amor atroz
Chegou vagarosamente
Com seus corpúsculos
Marcando, manchando
A minha artéria aorta
Não sei a sua origem
Nem a sua intenção
Só sei que veio em minha direção
Com um sorriso largo no rosto
Sem saber que me causaria
Uma grande desilusão
Pó de amor atroz
As suas partículas
Comparada aos ácaros
Alergias
Inspirando elegias
Medem apenas
5 Micrômeros de diâmetro,
Mesmo diminuta foi capaz
Tenaz e fugaz
Usando a tua intrepidez
Me tentou fazer feliz
Do mesmo modo
Tu te hás acumulado
Nas paredes frágeis
Débeis de meus pulmões
Causando-me falta de ar
Até a perda de minha respiração
Me enfermei
amorconioses.
Formadas de uma substancia inflamável
Irreparável
Sem solução
Explodiste e adoeceste
Meus pensamentos e canções
Transformando em pó
De amor atroz
O meu coração.
Sinto em meu corpo
A fluência do seu penetrar
Desfaleço, prostro lentamente por terra
Ajoelho-me
Sem sentir todo o meu tronco
Anestesiado
Pela influência
De pequenos corpos
Enamorados