POBRES CRIANÇAS POBRES
POBRES CRIANÇAS POBRES
Há sonhos perambulando nas praias de Fortaleza!
Brinquedos perdendo a cor...
Jogos de movimentos sedentos de dor!
Contatos imediatos com purulentas feridas
Sobreviventes infantes, de infames vidas
Há descobertas disformes de monstros indescritíveis!
Há cheiros de podridão... inesquecíveis!
Neste mundo virulento recheado de ambições
troca-se carne fresca por um punhado de pães!
Não há razão para escrúpulos
Nenhum resquício de amor
Vedados são os sentidos para qualquer dor alheia
O inferno das víimas é o paraíso dos que querem "bolso cheio"
Que importam a tristeza a solidão o vazio?
O que importam as sequelas dos vícios, a escravidão?
A quem assombram as sombras na escuridão?
Ninguém liga tanta miséria!
Deixa as crianças na baia!
- Olha a prata do luar...vê como é linda a praia!