Silêncio de dois
Eu silencio.
As palavras
que não são ditas
castigam
a alma só.
A agonia
Parida,
porém, só toma
A alma menor.
E ela...
silencia
deitando
os olhos em serenidade.
O que vejo
e o que penso ser muito
Não chega a ser metade
do que a alma dela sente,
Do que ela carrega
pela cidade.
Dá um rebuliço
nas entranhas,
o amargo gosto
de querer
saber a verdade
O silêncio e a tensão
se não há
intenção
de silenciar
rimbombam como trovão
que estremece
o nosso calar.
Me faz pensar
que tem ausências
que existem
para em si mesmas
nos mostrar
até que ponto
o silêncio grita
mais forte
que a voz rouca
Ocupando cada
partícula de ar.