A nova musa antiga
A musa não é mais onipotente.
Nunca foi onipotente, onipresente,
onisciente, a não ser na minha mente
(que mente... desde a semente).
A musa não é mais sussurro do vento,
Ectoplasma ou vulto lento. Isso é algo
que eu invento (ou tento). A musa é carne.
E da carne se fez/faz /fará verso.
A musa me usa e não me usa mais.
Me inspira, e não a inspiro jamais,
mas sempre a respiro, e num suspiro,
o ar da graça não é a história que ela conta.
Minha mão astuta usa a pobre da musa
E conta a história dela (mão), dela (bela musa)
E dela (carcaça do poeta que a usa).
A musa, aquela, é ela, é bela ainda.
Minha musa é Cibernética. Internética?
(Sim, e haja ética na presença e ausência
Se há alma nisso, ela veio da musa Cética.)
Epiléptica...não, talvez histérica
de vez em quando quer, quando
ando pelos verbos dos versos.
Minha musa ainda é poética?
Ah, e musa, te agradeço
pedindo desculpa.
Afinal, neste verso final
Acabo com tua imagem
Ao tentar contrui(R)-(E)la.
Dija Darkdija