A nova musa antiga

A musa não é mais onipotente.

Nunca foi onipotente, onipresente,

onisciente, a não ser na minha mente

(que mente... desde a semente).

A musa não é mais sussurro do vento,

Ectoplasma ou vulto lento. Isso é algo

que eu invento (ou tento). A musa é carne.

E da carne se fez/faz /fará verso.

A musa me usa e não me usa mais.

Me inspira, e não a inspiro jamais,

mas sempre a respiro, e num suspiro,

o ar da graça não é a história que ela conta.

Minha mão astuta usa a pobre da musa

E conta a história dela (mão), dela (bela musa)

E dela (carcaça do poeta que a usa).

A musa, aquela, é ela, é bela ainda.

Minha musa é Cibernética. Internética?

(Sim, e haja ética na presença e ausência

Se há alma nisso, ela veio da musa Cética.)

Epiléptica...não, talvez histérica

de vez em quando quer, quando

ando pelos verbos dos versos.

Minha musa ainda é poética?

Ah, e musa, te agradeço

pedindo desculpa.

Afinal, neste verso final

Acabo com tua imagem

Ao tentar contrui(R)-(E)la.

Dija Darkdija

Dija Darkdija
Enviado por Dija Darkdija em 28/09/2011
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