FLORILÉGIO
Eu sobrevivo
Entre gotas
E migalhas
Nas calhas
Entre latas de lixo
Entre ratos e baratas
Entre distritos e detritos
Donde assisto desesperado
E desesperançado
O bailar contíguo e notívago
De anjos, fantasmas e fadas
De serafins, querubins e arlequins
De figuras grotescas endeusadas
E sem cabeça
Pelo acreditar que inunda e desagua
Do outro lado do absoluto nada
Que desarticula e mácula
Assim na cara dura
Aquela essência intensa e pura.