não há

Não há rumo que beire o abismo

sem que algo nos traga um aviso

quem caminha a despropósito

não se encontra em lugar lógico

Não há rima que justifique a dor

nem nada que transfigure o amor

e a saudade é um pleonasmo puro

dos que vivem em um porto seguro

Não há bem que dure eternamente

e dizem que o mal é subserviente

e a beleza é temporal e passageira

como a feiúra da intenção primeira

Não há passado anti-moderno

e que vá tudo para o inferno

mesmo os bons são execrados

na saudade, são pelo tempo velados