Um desejo no Poente
No voo rasante e adejo da gaivota
Entre o vislumbre do meu pensamento
Na simplicidade daquele momento
Na imensidão do Mar, a minha rota
Incomensurável calma aparente
Se apodera de mim, e servilmente
Em minhas conjecturas, se denota
Esta visão persiste tão veemente
Tanta beleza, tanta se me afronta
Qual verso comedido ora desponta
Embalando meu sonho inerente.
Foram tantas vezes que voltei
Sempre ao mesmo lugar onde sonhei
Sentar-me á sombra de um verso coerente
Eis que um desejo débil, pertinente
Espargindo de leve um versejar
Delira levemente em meu olhar
Deixando-me postada docemente
O Ocaso, no horizonte debruava
Os reflexos de um poema, abraçava
Que o deu á luz o poeta, alegremente
No Arrebol onde o poeta delineava
Era tanta a beleza, o firmamento!
Quisera o poeta naquele momento
Parar a Terra tal qual desejava,
Fazer da guerra uma estática imagem
De neblina coberta, sem estiagem,
E de novo, o alvorecer ele pintava
Sonha o poeta...com olhar de fogo … reflexos do Ocaso...
Editadoem "Minha Prenda paa o Futuro"
Edição - 2010
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