A vontade
Desesperada
De se livrar
Da solidão
Um viver
Desassossegado
O receio
Da própria
Companhia
Da sombra de
De todos os dias
Tua, Sua
Sim
O olhar de agonia
Que evita caminhar
Pra dentro de si
A tentativa em vão
De fechar os olhos
Pra não se ver
O medo de não
Conseguir
Percorrer as
Ladeiras
Descalçadas
Do próprio
Ser
Varrer a sujeira
Que te causa cegueira
Expulsar os bichos
Que te atordoam
A mente,
Intimamente
Derrubar as paredes
ilusórias
Que te trancam
A visão
Arrancar os lacres
Das fantasias
Meditar
Sobre as próprias
Limitações
Jorrar as lágrimas
Derradeiras
E sair pra fora
Sem receio
de viver outra
Vida
Mais clara
Mais limpa
Mais inteira
Mais verdadeira