P E N S E M E M M I M . . .

Pensem em mim

como alguém que saboreava

poesia e pão no café da manha;

como alguém que ouvia Ângela

Maria e Nelson boemia ao dormir;

como quem se entregava a preguiça

nas canções em espanhol do Nat K. Cole!

Pensem em mim

como alguém que desenhava

poesia na virgem lauda branca;

como alguém que se sentia vivo

ao ouvir o canto dos passarinhos;

como alguém que se dava bem com

os velhos, jovens e com as criancinhas!

Pensem em mim

como alguém que não se dava

bem com o peso e coisas de alma;

como alguém que disfarçava bem

a timidez que pesava nos ombros;

como alguém que sabia esconder a

ternura sem fim que tinha no coração.

Pensem em mim

como alguém que flertava com

as estrelas, que falava com a lua;

como alguém que sentia a brisa de

cada manhã, que ansiava as chuvas;

que sabia bem a coragem de um olhar,

que sabia sempre a hora exata de se calar.

Pensem em mim

como alguém que lidava com

as letras, que buscava sempre

a palavra certa para a ocasião;

como alguém que tentava deixar

este mundo mais terno e colorido.

Como alguém que tentou o tempo

todo ser poeta de ofício e benefício!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 26/09/2011
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