Realidade sem Fantasia
"...Eu tentei, sabe Deus como.
Moldei minh'alma de tal forma
Que foram poucas as loucuras
das quais imergi sorrindo e saciada...
Folhas secas
serenizavam o inverno dentro de mim,
até que renasceram os frutos
com gosto sem sabor...
E assim, sem sentido,
traída pela própria traição (do corpo)
e na inutilidade de duelar
por qualquer princípio,
jurei, num completo marasmo
uma fidelidade sem rancor...
Sinto agora uma realidade sem fantasia
E as mãos mais limpas para o toque,
a cor e a luz...
Nada mais me devora.
Não corro, mas ando deixando marcas...
Não vivo, mas deixei a eternidade
em alguns corpos..."