Doce ou salgado de amar
O amor de hoje que é doce,
o amor de ontem que trouxe,
os seus cheiros pelo ar.
Um ar de encanto e alegria,
que em si inventa poesia,
no dia claro ou luar.
Um ar quente de ternura,
dose intensa de aventura,
com gosto de sal do mar.
Salgado sol e sabor
mistura o doce do amor
suor do corpo a brotar.
E o doce insano do amor,
se enreda em poros e cor,
vida na pele a vibrar.
Faz do delírio sutil,
entrega, nua e febril...
fluídos a libertar,
E os dedos livres passeiam,
os olhos sérios vagueiam...
nessa viagem de amar.
Calor brota em calafrio,
corrente forte de um rio,
não pode e não quer voltar.
E segue, reto adiante,
no belo efêmero instante,
que teima inteiro em voar.
O instante eterno, bonito,
será imenso, infinito...
no sempre de algum lembrar.
Num beijo, desejo puro,
passado, hoje e futuro,
fugaz lampejo a sonhar...
O sonho que chega e fica,
que em si jamais se explica...
o sal ou o doce de amar!