Será tarde demais ?
Será tarde demais?
Quando tentei explicar-te
O motivo de tanta falta
Abriu-se a janela poética
ante dos meus olhos febris
E não acreditei em tua reação
Começou um cristal luar
O um eclipses
Que piramidalmente iria
a todo momento me desabar
E para os sons fúnebres do teu suspiro
Senti o silêncio a volta do meu melancolizar...
Nascia uma melodia nua e fria
De uma forma gélida entraste, enfim,
Dizendo as palavras mais cinzas
Que causaria uma erupção vulcânica
Por todas as notas musicais
As transformando em um rio de palavras sobrenaturais
Sem fim.
Jamais escutadas por mim
Percebeu-se neste momento o que deveria fazer
Sai até a minha varanda
Em plena noite de luar,
A lua e as estrelas estavam a iluminar
As pedras, o betume
Que começarão a fosforescer
Eles eram as minhas únicas companhias
Aconselhando-me
A te esquecer
Juntos vimos o dia nascer
Com uma mirada vaga
Dos áridos caminhos pecorridos
Escutava-te debalde
Olhos abertos, almas nuas, olhos cinzentos
Delírio e sofrimentos.
A Pena me invade
Faz dois anos que eu era morta
E minha voz sim som
Nem tom sobre tom
nem minha pele sensitiva
Podiam gritar
Que nunca é tarde
Para se perdoar