O ESCREVEDOR
“Saiu o semeador a semear”, diz a parábola,
Que da literatura é gênero.
Saiu a escrever o escritor,
De que é espécie o escrevedor.
Do semeador, uma parte da semente, em terra boa
Deu fruto.
Outra parte, entre as pedras, à toa,
Feneceu em solo bruto.
Saiu o escritor a ideias cultivar
Na semeadura da palavra a dar
Alguma delas,
Como brotam, entre aquelas,
As sementes na superfície das folhas.
Umas em grãos, outras em bolhas
Bóiam na inutilidade do nada.
Saiu o escrevedor as letras rabiscar em terra arada
E viu que todas ali, não fecundadas,
Entre as tantas plantadas
Sequer uma semente
Brotou-lhe na mente.
“Saiu o semeador a semear”, diz a parábola,
Que da literatura é gênero.
Saiu a escrever o escritor,
De que é espécie o escrevedor.
Do semeador, uma parte da semente, em terra boa
Deu fruto.
Outra parte, entre as pedras, à toa,
Feneceu em solo bruto.
Saiu o escritor a ideias cultivar
Na semeadura da palavra a dar
Alguma delas,
Como brotam, entre aquelas,
As sementes na superfície das folhas.
Umas em grãos, outras em bolhas
Bóiam na inutilidade do nada.
Saiu o escrevedor as letras rabiscar em terra arada
E viu que todas ali, não fecundadas,
Entre as tantas plantadas
Sequer uma semente
Brotou-lhe na mente.