Semente

Sou o pai do mundo

Nas noites que não existi.

Sou o pai do meu avo

Irmão do meu pai

Sou ele, meu próprio pai,

Como a semente que germina

Sou filho do homem

Na dor, na carne e só

O fruto que enfim germina

Na dor do filho perdido

No cheiro já esquecido

Não morto, nem vivido

O choro engolido

O caminho perdido

O farol que ilude no mar

Sou filho do teu pai

O prodigo, Caim e não Abel

O primeiro a morrer, foi lembrado

O vencedor, esquecido

Sou o pai e nas noites frias,

O cobertor

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 23/09/2011
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