Semente
Sou o pai do mundo
Nas noites que não existi.
Sou o pai do meu avo
Irmão do meu pai
Sou ele, meu próprio pai,
Como a semente que germina
Sou filho do homem
Na dor, na carne e só
O fruto que enfim germina
Na dor do filho perdido
No cheiro já esquecido
Não morto, nem vivido
O choro engolido
O caminho perdido
O farol que ilude no mar
Sou filho do teu pai
O prodigo, Caim e não Abel
O primeiro a morrer, foi lembrado
O vencedor, esquecido
Sou o pai e nas noites frias,
O cobertor