Bloody
Um par de botas pretas
Balança pendurado nos fios
Um Bem-te-vi pousa
No topo do poste
E chilreia, triste.
Um jato corta o céu
Azul, lindo, intenso
E os urubus volteiam
Cada vez maiores
E mais próximos.
Minha garganta secou
O ar é rarefeito
E a camisa empapa
Cada vez mais
Na altura do peito.
É avermelhando a sarjeta
Que expio meus pecados
Enquanto espio minha vida
Escorrendo pelo ralo.
23/09/2011 - 12h35