À dançarina de balé.
Suas mãos transpiram mel.
Medusa, olha pra mim!
Me transforma na estátua de Sal
pois o (meu) mundo em contemplação é mais feliz.
E por milênios
eu escutarei todos os seus choros
todas as suas descrenças
para que um dia meu casulo seja quebrado
e uma borboleta saia de mim e te erga
até onde os primeiros raios de Sol surgiram, pois tu:
é o fio de Luz que pariu o Universo
E por vidas te seguirei,
como uma sombra saliente,
como um anjo tocando a flauta que te sustenta
e asas de veludo.
Estarás andando em qualquer cidade,
em qualquer rua,
e a brisa fria arrepiará sua nuca
olharás para trás e não me verás...
pois estarei translúcido
com a mão entre suas costelas
palpitando seu coração e pés na Lua
; bombeando luz pela estrada alada em que andarás
até que dia queime em chama Azul, as flores crepitem num incenso
e no crepe alto da esfera do céu
sua imagem esteja refletida em nuvens aguadas:
Pois tu és o fio de Luz que pariu as cores.