À dançarina de balé.

Suas mãos transpiram mel.

Medusa, olha pra mim!

Me transforma na estátua de Sal

pois o (meu) mundo em contemplação é mais feliz.

E por milênios

eu escutarei todos os seus choros

todas as suas descrenças

para que um dia meu casulo seja quebrado

e uma borboleta saia de mim e te erga

até onde os primeiros raios de Sol surgiram, pois tu:

é o fio de Luz que pariu o Universo

E por vidas te seguirei,

como uma sombra saliente,

como um anjo tocando a flauta que te sustenta

e asas de veludo.

Estarás andando em qualquer cidade,

em qualquer rua,

e a brisa fria arrepiará sua nuca

olharás para trás e não me verás...

pois estarei translúcido

com a mão entre suas costelas

palpitando seu coração e pés na Lua

; bombeando luz pela estrada alada em que andarás

até que dia queime em chama Azul, as flores crepitem num incenso

e no crepe alto da esfera do céu

sua imagem esteja refletida em nuvens aguadas:

Pois tu és o fio de Luz que pariu as cores.

Denis Acorinte
Enviado por Denis Acorinte em 22/09/2011
Código do texto: T3235268
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