O caminhante...
Sob o sol causticante,
tez crestada e
pés desnudos caminhava...
Ensimesmado...
Buscou na memória,
a sua história.
Contemplou o céu...
Emocionou-se com os pássaros,
que voavam no infinito azulado.
Saudou o firmamento
e reviu em pensamento,
o sertão amado...
Era primavera.
Contou o tempo...
Sentiu alegria,
antes mesmo de regressar.
Seguiu para um mundo selvático.
Parecia um eterno ir sem nunca mais voltar...
Coração dilacerado.
A alma pranteava a dor da saudade,
não esqueceria jamais,
tudo que deixou para trás...
Nesse exato momento, milhares de migrantes brasileiros deixaram suas terras, perambulando como seixos numa busca plangente, por melhores condições de vida...
(Magda Crovador)