Parto.
Em dores darei origem a uma poesia,
Parto forçado,sem anestesia,
Tem dia que é assim,só escrevo
Porque se não escrever,ai de mim!
E em dor sempre nasce
Chorando a plenos pulmões
Chegado a termo ou prematuro
Esse filho que no coração seguro
Meu texto,
Pretexto,
Que me expõe,
Se impõe e ganha vida própria.
Minha terapia mais grata,
Escrever,deixar a dor correr
Eu sou rio e nunca represa
Ao escrever,flui a dor na linha correnteza.
E a dor se dilui
Em doses homeopáticas
E a tristeza envergonhada
Aos poucos se afasta.
A poesia para mim é cura.
Ela limpa meu emocional.
Me faz ver beleza,amar o sonho,
Fazendo de mim ser mais risonho...
A poesia dá flores ao amor,
Clareia o caminho,faz nascer sorrisos...
Dá ao poeta a sensação de ser,querer viver
E compartilhar...Não ser sozinho!
E sigo a vida de mãos dadas com a poesia
A dor já passou,o filho sossegou, dormiu.
E eu rio remanso,agora descanso
Nos braços da ternura,sinto alegria!