MINHA OBRA PRIMA!
Por minhas mãos, fiz uma linda canção,
Para que meus sonhos se externassem à eternidade,
Fiz de minha alma uma divagação,
Transformei minha tristeza em felicidade!
Pus minha esperança em uma garrafa fechada,
Lancei-a no mar puro do pensamento,
Do cordel fiz a minha rima entranhada,
No romance pus meu mais puro sentimento!
Quis falar do amor como um amante,
Usei as palavras como uma dádiva divina,
Mas fui só um demente,
Pois o mundo não é belo como uma rima!
Retrocedi aos olhos das trevas medianas,
De minha luz fez-se escuridão,
Fui abraçado pela serpe caninana,
E todo o seu calor encheu meu coração!
Em minha alma uma ferida se abriu,
Dilacerou meu sonho e minha obra prima,
Sinto de Deus somente o seu dedo frio,
E a morte me escolheu, findando assim a minha sina!