quantas lágrimas eu valho

quando eu for embora

não se assuste

não faça com que isso te custe

alguma pouca tristeza que seja

a ponto de te fazer chorar

não quero ser

um impecilho

não quero ser

um entrave

não quero

que o teu assoberbado peito

já tão castigado por mim

se acabe

não quero que me tenha

qualquer trabalho

me esqueça assim

calmamente

bem devagar

mas me esqueça de vez

pra sempre

afinal

quantas lágrimas tuas

eu valho

um mar

um rio

uma poça de mágoa

uma gota d`agua

ou apenas

um pranto vadio

talvez eu valha

um poema

uma cena de ciume

uma noite de furor

um abandono por nada

uma madrugada

uma noite inteira de amor

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 21/09/2011
Reeditado em 21/09/2011
Código do texto: T3231963