quantas lágrimas eu valho
quando eu for embora
não se assuste
não faça com que isso te custe
alguma pouca tristeza que seja
a ponto de te fazer chorar
não quero ser
um impecilho
não quero ser
um entrave
não quero
que o teu assoberbado peito
já tão castigado por mim
se acabe
não quero que me tenha
qualquer trabalho
me esqueça assim
calmamente
bem devagar
mas me esqueça de vez
pra sempre
afinal
quantas lágrimas tuas
eu valho
um mar
um rio
uma poça de mágoa
uma gota d`agua
ou apenas
um pranto vadio
talvez eu valha
um poema
uma cena de ciume
uma noite de furor
um abandono por nada
uma madrugada
uma noite inteira de amor