CORRERIA
Tempo corrido.
Corrido tempo.
Nesta correria
A gente fica assim:
Corrido e escorrido.
Sem vontade alguma...
Só se deixar levar
Pela correria
De gente que passa,
Do tempo que corre,
A história que escorrega.
Nesta canseira
Não se percebe
O tempo que atropela
A vida que passa.
Sente-se somente
O peso de um rolo
Que passou correndo.
Deixando em nós
O esmagamento do tempo
Feito trator: nós chapado,
Imprimido e comprimido.
No corpo moído,
O tempo doído,
A vida passada
Em correria.
Corre-se para lá,
Corre-se para cá.
De tanto correr,
O tempo se foi
E não nos apercebemos
Que a vida passou.
L.L. Bcena, 28/02/2000
POEMA 398 – CADERNO: LÍRIO AMARELO.