Manchete
Fatos e Fotos eram exibidos
Da violência urbana, mutilados
Ficava o povo de corpo, alma
E coração partidos diante da opressão profana.
Em frente à banca do jornaleiro
O mais curioso sempre procurava
Um jeito de ser o primeiro
Lia e relia as manchetes
Parecendo não acreditar ser tudo verdadeiro.
Depois cada qual tomava seu rumo
Atravessando ruas, subindo ou descendo ladeiras
Via-se alimentando da dor a própria grandeza.
Findava-se o dia, no horizonte o sol sumia
As comunidades sua própria policia criava
Vivendo-se da rebeldia que a Lei e a vida desaprovavam.
Clarões no céu surgiam encobrindo a estrela guia.
No outro dia aglomeravam-se
Nas manchetes de jornais
Para rever as mesmas anomalias