Carta ao tempo
Tempo amigo...
Sempre novo e antigo,
detentor das horas,
sempre distraído.
Mal sabes tu,
que é preciso tempo
pra aceitar as coisas
que não compreendo.
Senhor das incógnitas
que habitam nos homens,
dá-me tempo e espaço
pra sentir com calma,
toda dor e mágoa
dissovendo n´água.
Dá-me o verso certo,
como uma oração
para o desalento
do meu coração.
Quero sempre além
do tempo que passa,
um tempo sentido,
rio calmo e límpido
dentro e fora d´alma.
Dá-me luz e glória,
ilumine o cinza
das ruas sem vida
da minha memória.
Venha no vento,
com a força e a verdade
do pensamento.
E que o escasso tempo
da felicidade,
corra macio
sobre os minutos,
em gotas mansas
de eternidade.
Thiago Cardoso Sepriano