Carta ao tempo

Tempo amigo...

Sempre novo e antigo,

detentor das horas,

sempre distraído.

Mal sabes tu,

que é preciso tempo

pra aceitar as coisas

que não compreendo.

Senhor das incógnitas

que habitam nos homens,

dá-me tempo e espaço

pra sentir com calma,

toda dor e mágoa

dissovendo n´água.

Dá-me o verso certo,

como uma oração

para o desalento

do meu coração.

Quero sempre além

do tempo que passa,

um tempo sentido,

rio calmo e límpido

dentro e fora d´alma.

Dá-me luz e glória,

ilumine o cinza

das ruas sem vida

da minha memória.

Venha no vento,

com a força e a verdade

do pensamento.

E que o escasso tempo

da felicidade,

corra macio

sobre os minutos,

em gotas mansas

de eternidade.

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 20/09/2011
Reeditado em 20/09/2011
Código do texto: T3229800
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