Prefácio.

Eu queria dizer: daquela noite eu sobrevivente, forte, no quarto de hotel com algumas folhas. Eu queria dizer daquelas viagens, das noites afora, das cores e vazios do vasto mundo que conheci, das suas pequenas ruas, da solidão, interior do interior de um país.As Noites monocórdias que sincronizam o palpitar dos corações e dos milhões de mundos de cada mundo de alguém.

Aquele frio imperceptível que denuncia a vida dormindo no seio de cada dia, a vida cadênciada que dorme no seio do trabalho, que se silencia ao findar do Sol, se esconde nas janelas e testemunha o tão imprescindível trabalho de cada manhã... e a pele das casas que confortam todo cansaço.

Eu queria dizer das noites e viagens, do folclore universal de cada roupa e daquela ingenuidade última que brota em rugas e semblantes como um filho ainda por nascer e já morto pela flor constante do tempo. Eu queria dizer, sempre dizer, sempre dizer... que vi os olhos famintos de perdão e carícia, os braços anêmicos de afeto e o recém nascido que dorme naquele que desperto atravessa a rua.

... que nós somos a primogênita primavera que emerge do desconhecido e do som fino e constante daquela mesma história de milhares de anos que sussurra atrás de nossos ouvidos.

Queria dizer que vi alguém carregando uma porta dizendo:" Não tenha medo, entre neste mundo sem chão"

Resta apenas os cílios piscando na cadência da existência e nossos anseios desiludidos de tudo pode, entendendo a finitude de amor.

Eu queria dizer:

MUNDO.