Menina de sorte...
Não chores, menina
Nem fiques aflita
Não vês que tu tens
Uma sorte bendita?
Prendeste o poeta
Num laço de fita.
Não chames a tristeza
Porque tens beleza
És pura, és linda
Aos olhos do poeta
E tuas madeixas o
Encantam e fascinam...
Desperta , ó menina!
A beleza não é infinita
Prendeste o poeta
Num laço de fita.
Teus negros cabelos
Iluminam a noite
Na falta da Lua cheia
Enchem-te de orgulho
Menina fagueira, mas
Tens a teus pés uma
Alma que se embate
E se irrita porque está
Presa num laço de fita.
Menina, essa alma
Que ora prendeste
Lutou desesperada
Para soltar as amarras
E como não conseguiu
Deu-se por vencida
Agora não luta, nem
mais se irrita, assumiu
Que está presa num
Laço de fita...
(Texto inspirado em: O loço de fita, de Castro Alves)