Às vezes procuro soltar

Às vezes procuro soltar

o corpo, deixá-lo cair,

como se fosse feito de pedra.

Procuro a eterna leveza

que possa fazer-me atingir

os céus num único bater de asas.

Esta insustentável

vontade de ser vento

leva-me a pairar

tantas vezes sobre a multidão,

como alma perdida envolta

num turbilhão de gente.