1998 – Antúrio Rubro
Antúrio rubro era megalomania
Ao passo que a jardineira era pequenina
Do tamanho de um dedo polegar direito.
As suculentas eram pálidas
Um outro retrato da paz
Assim como o próprio cactos.
Já tive uma peperômia na mesa da sala
Já ganhei violetas
Também até hoje foram as únicas.
Quem dera a janela da sala se abrisse como um asplenium
E a pimenta ornamental fosse também provada pelo capim.
Mas foram as azaleias que me tocaram
Eu as vi em minhas mãos, sendo fl exionadas em direção do meu
amor
Que anda me provocando,
Me deixando como uma afelandra reluzente
Solitário, mas um amor distante não livre.
Ás vezes vejo-a como um buquê de dendobrium
Colorido, suave e discreto com a terra marronzada.
Que procura meus pelos, meu peito
Que se deleita ao ver meu corpo
Mas ainda não viu
Que pode se deleitar nele.
Se soubesse que meu coração
Minha quentura tem a cor vermelha da kalanchoe
Dormiria em meus braços para sempre
GILBERTO CAMPOS DE OLIVEIRA
PROFESSOR DE PSICOLOGIA E DE FILOSOFIA, POETA, PALESTRANTE, GESTOR DE PROJETOS E APRENDIZ.