1998 – Antúrio Rubro

Antúrio rubro era megalomania

Ao passo que a jardineira era pequenina

Do tamanho de um dedo polegar direito.

As suculentas eram pálidas

Um outro retrato da paz

Assim como o próprio cactos.

Já tive uma peperômia na mesa da sala

Já ganhei violetas

Também até hoje foram as únicas.

Quem dera a janela da sala se abrisse como um asplenium

E a pimenta ornamental fosse também provada pelo capim.

Mas foram as azaleias que me tocaram

Eu as vi em minhas mãos, sendo fl exionadas em direção do meu

amor

Que anda me provocando,

Me deixando como uma afelandra reluzente

Solitário, mas um amor distante não livre.

Ás vezes vejo-a como um buquê de dendobrium

Colorido, suave e discreto com a terra marronzada.

Que procura meus pelos, meu peito

Que se deleita ao ver meu corpo

Mas ainda não viu

Que pode se deleitar nele.

Se soubesse que meu coração

Minha quentura tem a cor vermelha da kalanchoe

Dormiria em meus braços para sempre

GILBERTO CAMPOS DE OLIVEIRA

PROFESSOR DE PSICOLOGIA E DE FILOSOFIA, POETA, PALESTRANTE, GESTOR DE PROJETOS E APRENDIZ.

GILBERTO CAMPOS DE OLIVEIRA
Enviado por GERSON LOURENÇO em 18/09/2011
Reeditado em 19/09/2011
Código do texto: T3226860