StoPtoS

Stop Man!

Foi o verbo que parou ou Sampa?

Não...

Foi o verbo que chorou ou São Pedro?

Não...

Foi o ego que cansou ou São Judas?

Não...

Há uma poça no meio do caminho

No meio do caminho há poça serena

Uma poça quase um riozinho sem ninho

Uma poça quase um ribeirão sem arena

StoP.

Há um farol solitário no meio do deserto

Não há saída...

Foi o rio que parou ou foi a vida?

ou foi a verbalização da subida e da descida

ou foi o caminho que não encontrou saída

ou foi o homem que parou no meio da avenida?

Pare.

Há um poço que atravessa a avenida

Que atravessa a rua, a viela, a quirela

Que atravessa o verso do verso e reverso da vida

Pare.

Navega tranquilo o leito escuro dum moço solitário

Carregado de sol, de poesia, de latas cheias vazias

Carregado de sonhos, de nostalgias e despreparo.

Pare!

Há um auto empacado no meio do caminho

Um homem puxando seu carro no meio da multidão

Um comboio de homens auto que navegam a rua

Oh, não! Há uma pedra no meio do caminho

Há um varonil e seu cabriolé parado no meio da vida

Um autovidamóvel imóvel cansado no reverso do verso

Há um verso de luz apagada de sonho estancado no meio rio

Poetas Inocentes Masters Vol. II 45

Pare.

Rio reverberado no meio do fi o da vida do rio frio

Rio do frio consorte razA no netuno do anzol do rio

Rio da sombra, da onda, da manobra do cansado rio

Rio feliz dos carros estancados na rua estagnada

Rio com asas de onda na Honda que ronda devagar

Rio que divaga no meio do ninho do caminho trilhado

StopMan

A vida, o caro, o silêncio, o rio alagou-se a vida

StoP

Há uma água que deságua mais que um StoP

Que para a grande via viável quando derrama lágrimas do céu

StopMan

Há uma lágrima alagando o leito do rio dum homem com fome

Que parou no farol da vida despercebida do próprio homem

StopMan

Foi a máquina que se humanizou ou o homem se maquinalizou?

Ou a matéria prima da fera-do-homem-fera que voltou à estaca zero?

StoPtoS

G.L & C. D.A.

GERSON LOURENÇO

MESTRE EM LITERATURA E CRÍTICA LITERÁRIA PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (PUC/SP), PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA, ESCRITOR, POETA, COMPOSITOR, COORDENADOR NACIONAL DO PROJETO P ETAS INOCENTES.

GERSON LOURENÇO
Enviado por GERSON LOURENÇO em 18/09/2011
Reeditado em 19/09/2011
Código do texto: T3226853