amor platônico (ou "poema brega")
Tenho medo.
Por isso contraio as nádegas,
e faço caretas.
Jorro mágoas,
feito um velho chafariz.
Tenho medo.
Por isso minha voz não se completa,
e ao teu ouvido chega somente metade do que quis.
Tenho medo.
Medo que meus direitos sejam 15 minutos para relembrar por vinte e quatro horas,
e sonhar durante todo um amor platônico.
Tenho medo.
E antes que seu auto-controle
e a sua calma,
sua paciência
e sua tolerância
me façam sentir ridícula.
Antes que eu minta,
dizendo que não te visualizei antes de dormir.
(era você, olhos a sorrir:
seu cérebro a pisca,
seu tímpano faísca,
e minha cabeça gira a 360 graus.
Então faço-te sonho, baluarte;
resta-me admirar-te,
acender-te e apagar-te em medidas,
abandonar-me na esperança de quinze minutos mais...)