Ao ventre regressamos
Desperto.
Abro a janela.
Vejo o mundo
saio para caminhar
constato:
tudo tem um inicio
mas irá finalizar
Será um fim como
aqueles que dizemos sem pestanejar:
de pó ao pó.
Vivendo com razão
seremos todos iguais
brancos ou não
voltaremos.
Já que comemos
a mesma farinha
o mesmo arroz
a carne
o feijão
Na vida ha história
no amor uma canção
na morte
na sorte
não temos opção
Somos todos iguais
negros ou não
De um ventre saímos
ao ventre da terra regressamos
disso não nos cansamos.
não levamos nada
nem mesmo o que mais amamos