Fadiga-me a mente a falta de palavras
Eu queria ser poeta e saber bradar
Entre flores – girassóis
Mas só posso chorar entre lençóis
Minha saudade – tão minha!
As palavras se perderam
No caminho vermelho
Desse meu olhar
E sem caminho calo-me!
Onde está minha calma?
Por onde vagam as palavras?
De certo foram tomadas por meus pesadelos
agora despertos e reais.
Ausentaram-se da frieza dessa minha alma
Como magma incandescente precipitada
Ao oceano – jazem como pedras
Não há como depurar tal resfriamento.
Deixaram-me todas elas,
À margem desse caminho silencioso
Exaurida eu já não acho
Palavras que me cauterizem.
Cristhina Rangel.