CEGUEIRA

Triste ser casulo e o florescer do dia perder,

viver de imaginação sem que se possa tocar,

ter consciência, mas sem coragem para voar.

Sentir o alar da borboleta livre no ar

sem poder ver as cores da sua asa a plainar

sobre lindas flores que poderiam me enfeitar.

Sonhar com o calor do sol e a brisa leve em seu acariciar,

perceber que tenho asas presas no lugar

enquanto lá fora existe um mundo decores a me esperar.

No balanço do viver apenas o escuro conhecer,

ter nas pontas dos dedos os olhos de ver,

mas sendo sempre casulo desde o amanhecer.

Lucia Liz
Enviado por Lucia Liz em 16/09/2011
Reeditado em 16/09/2011
Código do texto: T3223605