Raízes negreiras
Eu sou da meia-noite
E meio-dia
Nas sombras dos açoites
E a agonia
Nas chuvas que transbordam
A cada dia
Sou eu, da mesma noite
Do mesmo dia
O que reparte as canções
Na alegria
A palha da cana, a cinza
Uma áfrica... Nostalgia
Eu sou aquela noite
Aquele dia
Entre ferros e senzalas
Dos senhores, senhoras
E sinhazinhas
Sou eu, da mesma pele
Na mesma cor
Em outros dias
Sem as dores
Outras dores
E a liberdade
Ainda é sombra fria