Raízes negreiras

Eu sou da meia-noite

E meio-dia

Nas sombras dos açoites

E a agonia

Nas chuvas que transbordam

A cada dia

Sou eu, da mesma noite

Do mesmo dia

O que reparte as canções

Na alegria

A palha da cana, a cinza

Uma áfrica... Nostalgia

Eu sou aquela noite

Aquele dia

Entre ferros e senzalas

Dos senhores, senhoras

E sinhazinhas

Sou eu, da mesma pele

Na mesma cor

Em outros dias

Sem as dores

Outras dores

E a liberdade

Ainda é sombra fria

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 15/09/2011
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