BEIJANDO BATONS!

Tem certos dias em que aflito.

Entrego-me à bebida,

Tirando assim, você da minha vida.

Que ilusão tentar iludir o coração!

Feito cego choramingo paixão.

Aceito sofrer a dor do amor...

Em noites inquietantes,

Zanzo por ai beijando batons.

Já amanheceu e a noite perdida.

Nem mesmo os rostos bonitos

Conseguem tirar você da minha vida.

Nem mesmo o aroma de outras bocas

Substituem seus doces beijos.

Sem você sou atado à melancolia.

Quando ando com meus próprios pés,

Descubro que não consigo sair do lugar.

Acordo sem rumo, sem afago, sem ninguém.

Aproximam-se as falsas e seus agouros.

Unidas, afiam suas maldosas línguas

E as calúnias se debruçam sobre mim.

A noite está fria e degradante.

Sinto os solavancos da solidão.

Nas voltas em que o mundo dá,

Perco-me em meio a estradas sinuosas.

Sigo andando sem ninguém a meu lado.

Desorientado, giro em círculos, sem bússola.

Magoado, o dia passa calado e tristonho.

Apaixonada, a lua envolve-me com seu véu negro.

Sinto o desprezo tomar chegada.

A depressão irá castigar-me até o raiar do dia.

Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 08/07/2005
Código do texto: T32206