BEIJANDO BATONS!
Tem certos dias em que aflito.
Entrego-me à bebida,
Tirando assim, você da minha vida.
Que ilusão tentar iludir o coração!
Feito cego choramingo paixão.
Aceito sofrer a dor do amor...
Em noites inquietantes,
Zanzo por ai beijando batons.
Já amanheceu e a noite perdida.
Nem mesmo os rostos bonitos
Conseguem tirar você da minha vida.
Nem mesmo o aroma de outras bocas
Substituem seus doces beijos.
Sem você sou atado à melancolia.
Quando ando com meus próprios pés,
Descubro que não consigo sair do lugar.
Acordo sem rumo, sem afago, sem ninguém.
Aproximam-se as falsas e seus agouros.
Unidas, afiam suas maldosas línguas
E as calúnias se debruçam sobre mim.
A noite está fria e degradante.
Sinto os solavancos da solidão.
Nas voltas em que o mundo dá,
Perco-me em meio a estradas sinuosas.
Sigo andando sem ninguém a meu lado.
Desorientado, giro em círculos, sem bússola.
Magoado, o dia passa calado e tristonho.
Apaixonada, a lua envolve-me com seu véu negro.
Sinto o desprezo tomar chegada.
A depressão irá castigar-me até o raiar do dia.