Casa de fazenda

Eis a minha extensão—

um terreiro limpo e batido.

Aqui se secam

se malham

se trilham

se limpam

se rezam

cereais, legumes, café, preces.

Eis o meu balaio—

repare a minha palha, em feitio de alguidar.

Sou primo do baleio, que varre o grão da eira.

Aqui se carregam

tijolos

filhos

temores

cobranças

lembranças

rumores.

Eis o meu balcão—

Aqui se abrem se laçam se degolam se destripam

galinhas d’angola

codornas

pacas

febres

desfechos

corações.

Muita coisa

jorra da rubra terra.

Muita coisa

carrega uma fazenda.