Lumberjack Lucius

Mesmo ignorando seus olhos,

elas continuam lá, plastificados,

nas paredes que vão desabando

e na porcelana antiga quase sem cor.

São crianças fossilizadas,

o segredo sem lar.

Poderia estar errado,

poderia estar à esquerda,

mas estou numa tela pintada

em azul e tons de cinza.

E observo a poeira ser o disfarce,

como o prólogo da solidão

que abraça, que causa amnésia,

que inventa a fome

e que marmoriza a alma.