eu vivo

eu vivo

preso dentro do teu peito

na escuridão profunda

dos teus olhos

dos teus planos desfeitos

nos cantos dos teus pensamentos

eu vivo

no fundo do teu espelho

de lá eu vejo o teu corpo

teus prantos

teus desalentos

teus desenhos absortos

espalhados no vapor do banho

a verdade das tuas rugas

tuas fugas

teus calmantes

teus unguentos

eu vivo

nos teus sonhos

nos mais distantes

os mais constantes

e quando me olhas no nada

estou bem ali

diante de ti

perdida e intensa

calada

perguntas por mim

perguntas ao vento

o mesmo que devasta

essa tua solidão imensa

e sem fim

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 13/09/2011
Reeditado em 14/09/2011
Código do texto: T3218111