Tansiberiano
O cisne terminou seu vôo imperfeito
na última morada do inferno branco.
E deixando seu canto incandescente,
como sinal para o corne-inglês enfermo,
foi de encontro ao destino de todas as coisas.
O grito definha, morre, solitariamente,
como fogo inútil atirado ao céu.
E meus olhos despertam finalmente,
para dizer à razão pura, e indigente,
que as cores mudaram, e o coração também.
Agora são fantasias bidimensionais,
são cantos pentatônicos, quase fala,
insinuados na seda, bordados na carne,
que explicam todas as doenças do mundo
num risco, num alfinete e num papel de vento.
Lanternas sobem....
Calmamente.