Mais-Valia

Vejo a máquina

de parir gente,

fazer o Homem

ausente.

Em qual

engrenagem ele

sucumbiu à moagem?

Quem lhe tirou

a essência,

deixando apenas

a subserviência?

Caminha em fila.

Dança, doença,

miséria e auto-ajuda

"facebook-compartilha".

E segue ordeiro

para o sacrificio

derradeiro,

sem ter vivido

por inteiro.

Apague-se o Candieiro

e se sopre o braseiro.

Partiu o Homem ausente,

cuja falta, pouco se sente.

Dele ficou, talvez,

alguma cria;

e a certeza doutra

vida vazia:

Servo ou Amo,

da Mais-Valia.